O Guarda que Aprendeu a Lidar com Servidores

A Minha História Não Contada

Aos 50 anos, o guarda que aprendeu a lidar com servidores e assim como maioria das pessoas está a pensar em como abrandar o ritmo. Eu? Eu estou a aprender a configurar firewalls em servidores na nuvem da Amazon AWS.

Pode parecer uma contradição. O que é que um homem com décadas de experiência em segurança física, forjado na disciplina militar e nas operações de vigilância de alto risco, está a fazer no mundo abstrato dos códigos, Linux e VPS?

Se olharem de fora, parece uma mudança radical de carreira. Mas, se olharem com os olhos de quem viveu o que eu vivi, é a evolução mais lógica do mundo.

Hoje, inauguro a categoria “Histórias” deste blog e este post “o guarda que aprendeu a lidar com servidores”, não apenas para falar sobre mim, mas para provar um ponto essencial: a experiência de vida não prescreve. Ela transforma-se. E a base que construí a proteger patrimónios físicos é exatamente a mesma que uso hoje para proteger ativos digitais.

Esta é a história de como troquei o colete balístico pelo teclado, sem nunca deixar de ser, na essência, um profissional de segurança.

A Fundação: Onde a Disciplina Nasceu

A minha história profissional não começa num escritório com ar condicionado. Começa na “caserna”. e o guarda que aprendeu a lidar com servidores é reflexo da minha personalidade de buscar o novo e sempre estar atento as oportunidades.

Servi no 3º Regimento de Cavalaria de Guardas. Para quem não conhece o ambiente militar, é difícil explicar o que ele faz à mente de um jovem. Não se trata apenas de marchar ou aprender a manusear equipamento. Trata-se de procedimento, hierarquia e, acima de tudo, disciplina.

Lá, aprendi que um erro pequeno pode ter consequências gigantescas. Aprendi que a vigilância constante não é paranoia, é sobrevivência. Aprendi que seguir o protocolo não é opcional, é o que mantém a estrutura de pé. E “o guarda que aprendeu a lidar com servidores” é uma estrutura adequada com a finalidade de inovar e se integrar a tecnologia.

Naquela época, eu não sabia, mas estava a aprender os fundamentos da gestão de servidores. Porque um servidor Linux não perdoa a falta de disciplina. Se tu não seguires o protocolo de segurança, se tu “relaxares na guarda”, o inimigo entra. A caserna instalou o “sistema operativo” mental que eu uso até hoje.

O Campo de Batalha: Décadas na Segurança Patrimonial

Quando saí do exército, o caminho natural era a segurança privada. Foram décadas a trabalhar na linha da frente. O guarda que aprendeu a lidar com servidores vei anos depois de muito trabalho, noites não dormidas e experiencia de campo.

Fui vigilante, passei pela tensão do transporte de valores (onde a margem de erro é zero), fui fiscal operacional e cheguei a supervisor de segurança.

Durante esses anos, a minha responsabilidade era garantir que nada entrava onde não devia e que nada saía sem autorização. Era gerir acessos, identificar pontos cegos nas câmaras, prever o comportamento de intrusos e garantir que as equipas seguiam as regras.

Eu vivia no mundo físico. Portas de aço, fechaduras, alarmes, perímetros. Mas o guarda que aprendeu a lidar com servidores, traz uma nova medida de realidade e saturação do serviço de segurança patrimonial

Mas, em paralelo a essa vida operacional intensa, algo começou a chamar-me a atenção. A curiosidade é uma coisa engraçada; ela começa pequena e, se lhe dermos espaço, toma conta de tudo.

A Curiosidade Pelo “Hardware”: O Primeiro Contacto

O guarda que aprendeu a lidar com servidores a realizar a montagem prática de memória RAM no hardware de um computador de mesa.
O meu primeiro contacto prático com o “corpo” do computador: a mesma disciplina da segurança aplicada ao hardware.

Sempre fui curioso sobre como as coisas funcionam por dentro. Isso levou-me, ainda durante a minha carreira na segurança, a fazer um curso técnico de montagem e manutenção de computadores. Mais uma vez o guarda que aprendeu a lidar com servidores foi cirúrgico em aprender a fazer o que tinha de ser feito, foi ai que comecei a entender os códigos da vida.

Lembro-me do fascínio de abrir uma CPU. Ver a placa-mãe, encaixar as memórias RAM, conectar o disco rígido, aplicar a pasta térmica no processador. Para mim, aquilo não era muito diferente de montar um esquema tático de segurança. Cada peça tinha a sua função, o seu lugar, e se uma falhasse, o sistema inteiro colapsava.

Aprendi a montar o “corpo” do computador. Depois, vieram os cursos de software: Windows, Word, Excel. Fui-me aprimorando como utilizador, mas a minha mente de segurança estava sempre lá. Eu via o computador como uma ferramenta que precisava de ser gerida e protegida.

Durante muito tempo, essa foi a minha relação com a tecnologia: um hobby sério que corria em paralelo com a minha profissão principal. O guarda que aprendeu a lidar com servidores não é um robô que simplesmente as pessoas apertão um botão e ele executa tarefas, é uma pessoa, um ser humano que aprendeu a sobreviver o mundo físico e a tela preta do Linux.

O Ponto de Viragem: 2021 e o Desafio da Nuvem

A partir de 2021, o mundo já tinha mudado. Tudo estava a ir para a “nuvem”. E a minha curiosidade, mais uma vez, não me deixou ficar parado. Então recomecei os trabalhos de lidar com a tela preta do Linux e o guarda que aprendeu a lidar com servidores começou a sua história na mente e depois no mundo físico começou de mansinho.

Comecei a ouvir falar de Servidores VPS (Virtual Private Servers). A ideia de ter um computador potente, em algum lugar em um datacenter da Google ou da Amazon, que eu pudesse controlar remotamente a partir da minha casa, fascinou-me.

Mas aí, bati de frente com a realidade.

Eu não sou programador. Não sou engenheiro de software. Sou, como gosto de dizer, um leigo entusiasta ou seja virei o guarda que aprendeu a lidar com servidores. Quando tentei configurar o meu primeiro VPS, deparei-me com a famosa “tela preta” do terminal Linux. Foi intimidante.

Passei noites inteiras a ver vídeos no YouTube, a ler fóruns, a tentar entender o que era SSH, DNS, Nginx. Errei muito. “Parti” servidores, perdi dados, tive de recomeçar do zero dezenas de vezes.

Mas foi aí que a minha experiência aos 50 anos fez a diferença. O jovem Fernando talvez tivesse desistido na terceira tentativa. O Fernando supervisor de segurança sabia que, quando o perímetro é rompido, tu não desistes; tu analisas a falha, reforças a segurança e tentas de novo.

Foi nesse processo doloroso de aprendizagem autodidata que a ficha caiu:

Gerir um servidor VPS na nuvem é exatamente a mesma coisa que gerir a segurança de um prédio físico.

  • O Firewall do servidor é a portaria do prédio. Tu tens de decidir quem entra (portas abertas) e quem fica fora.
  • O Certificado SSL (o cadeado verde) é como o sistema de identificação de crachás. Garante que a comunicação é segura e autêntica.
  • As Atualizações do Sistema são como a manutenção das câmaras de segurança. Se deixares ficar obsoleto, crias vulnerabilidades.
  • O Backup é o plano de contingência de emergência.

Eu não estava a aprender uma profissão nova. Eu estava apenas a traduzir a minha profissão antiga para uma nova língua.

O Futuro: Unindo os Dois Mundos

Hoje, o guarda que aprendeu a lidar com servidores, sinto que estou no meu auge. Não porque sei tudo de tecnologia — longe disso, estou sempre a aprender —, mas porque tenho a maturidade para aplicar esse conhecimento com sabedoria.

Para solidificar essa ponte entre o meu passado e o meu futuro, estou em fase de conclusão do Curso Superior de Tecnologias da Segurança Patrimonial. Este curso é o elo perdido. Ele pega na minha experiência prática de décadas e dá-lhe o embasamento académico e tecnológico que faltava.

Este blog com o priomeiro pos “O guarda que aprendeu a lidar com servidores” , é o Projeto WebJJumper e tudo o que estou a construir agora não são um passatempo de reforma. São a prova viva de que a experiência não se deita fora.

Se tu tens mais de 40 ou 50 anos e achas que a tecnologia “não é para ti”, ou se és um jovem profissional de TI que sabe tudo de código mas nada de gestão de risco real, espero que a minha história te inspire.

Eu sou o Fernando Webeira. Fui guarda no mundo físico, e hoje sou o guardião dos meus próprios servidores no mundo digital. E a jornada está apenas a começar.

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